Crescimento do MEI promove inclusão econômica, eleva renda de famílias vulneráveis e se consolida como ferramenta de mobilidade social no Brasil
A formalização de pequenos empreendedores tem ganhado destaque como um dos principais motores de inclusão social e econômica no Brasil. Impulsionado por políticas públicas de apoio à renda e estímulo à atividade produtiva, o regime de Microempreendedor Individual (MEI) se consolida como instrumento eficaz no combate à pobreza e às desigualdades regionais.
Em 2024, o país ultrapassou a marca de 4,7 milhões de novos registros de pequenos negócios, segundo dados oficiais. Grande parte dessas formalizações ocorreu entre a população de baixa renda, refletindo diretamente na melhora dos indicadores sociais. Um estudo da FGV Social apontou que, no mesmo ano, a renda dos 40% mais pobres da população cresceu 10,7%, enquanto o número de brasileiros em situação de pobreza registrou a maior queda da década.
O avanço está relacionado à sinergia entre o crescimento do microempreendedorismo e a manutenção de programas sociais. A Regra de Proteção do Bolsa Família, que permite aos beneficiários manter parte do auxílio mesmo após aumento de renda formal, tem funcionado como ponte entre a assistência e a autonomia financeira.
Dados levantados em parceria entre o Sebrae e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social mostram que cerca de 30% dos microempreendedores formais estão inscritos no Cadastro Único (CadÚnico), evidenciando que o MEI se tornou uma alternativa de geração de renda para quem tradicionalmente estava fora do mercado formal.
O perfil predominante entre os novos MEIs também revela a força da iniciativa como ferramenta de equidade. Mulheres representam 55% do total, enquanto pessoas negras e pardas somam 63%, indicando que o empreendedorismo tem contribuído para diminuir as disparidades históricas de raça e gênero no país.
Além da inclusão social, os pequenos negócios têm sido responsáveis por mais de 70% dos novos empregos com carteira assinada gerados no Brasil, conforme levantamento do Ministério do Trabalho. Esse dado reforça o papel estratégico das microempresas na retomada da atividade econômica e na sustentação do mercado de trabalho.
Especialistas apontam que, para manter esse ciclo virtuoso, é necessário ampliar o acesso ao crédito, promover capacitação continuada e fortalecer os mecanismos de apoio técnico aos empreendedores. Sem planejamento e qualificação, muitos negócios informais ou recém-formalizados correm o risco de não alcançar a sustentabilidade.
O cenário atual projeta o empreendedorismo como um pilar da política de desenvolvimento social. Mais do que uma saída emergencial, abrir um pequeno negócio se mostra, cada vez mais, uma estratégia de superação da pobreza estrutural e de valorização do trabalho autônomo e criativo.