Indicador do Sebrae e FGV mostra alta na confiança dos microempreendedores em todos os segmentos da economia, com destaque para Comércio e Indústria
O Índice de Confiança dos Microempreendedores Individuais (IC-MEI) registrou avanço em março de 2025, alcançando 102,6 pontos. O resultado representa um aumento de 1,6 ponto em relação a fevereiro e 2 pontos acima do registrado no mesmo período de 2024. A alta foi puxada principalmente pela Indústria da Transformação, com destaque também para o setor do Comércio, que liderou o crescimento na comparação anual.
O levantamento faz parte do Boletim Mensal de Sondagem Econômica do MEI, desenvolvido pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador considera os desempenhos dos setores de Comércio, Serviços e Indústria de Transformação, a partir da média dos subíndices de Situação Atual (ISA) e de Expectativas (IE).
Todos os segmentos analisados apresentaram evolução na confiança, refletindo um ambiente econômico mais estável e favorável ao pequeno empreendedor. O índice sugere melhora na percepção dos MEI sobre o momento atual de seus negócios e aumento no otimismo em relação aos próximos meses.
Regionalmente, o crescimento mais expressivo no comparativo anual ocorreu nas regiões Nordeste e Sudeste, ambas com aumento de 2,4 pontos. Já na comparação com fevereiro, o destaque foi para as regiões Norte e Centro-Oeste, com avanço de 2,8 pontos, indicando tendência de recuperação mais rápida nesses mercados.
Embora o cenário seja de maior confiança, desafios estruturais ainda impactam a realidade dos MEI, especialmente no que diz respeito ao acesso ao crédito. Dados do boletim apontam que a maioria absoluta desses empreendedores depende exclusivamente de sua atividade para geração de renda, e dois terços ainda enfrentam obstáculos na obtenção de financiamento.
Para enfrentar esse desafio, iniciativas como programas de crédito com garantia, capacitação técnica e ampliação do crédito assistido estão sendo implementadas em larga escala. Essas ações visam não apenas facilitar o acesso a recursos financeiros, mas também promover o uso eficiente dos valores captados, fortalecendo a sustentabilidade dos negócios no médio e longo prazo.
Além dos MEI, o Índice de Confiança das Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE) também avançou em março, com crescimento de 0,9 ponto, puxado pelo setor de Serviços. A única região a registrar recuo foi o Sul, enquanto o restante do país apresentou melhora no indicador. Em contrapartida, o Índice de Confiança Geral da economia, que considera empresas de todos os portes, apresentou leve retração de 0,4 ponto.
Os dados consolidam uma tendência de maior otimismo entre os pequenos negócios, impulsionada por um cenário econômico mais previsível e por políticas voltadas ao fortalecimento do empreendedorismo. A continuidade desse movimento dependerá de variáveis macroeconômicas, da estabilidade inflacionária e da ampliação das condições estruturais para que os MEI sigam em crescimento.